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Apatita e suas cores

Apatita é o nome genérico de um importante grupo de minerais. A composição geral é fosfato de cálcio que pode ser hidratado e/ou conter flúor e/ou cloro. Os mais frequentes são: a apatita (CaOH) ou hidroxilapatita, que é um dos minerais sinterizados pelo corpo humano, sendo o componente principal dos ossos e do esmalte dos dentes; E a apatita (CaF) ou fluorapatita. Na literatura, o termo apatita é usado para se referir à fluorapatita, além da apatita (CaCd) ou cloroapatita.

A gema é um dos raros fosfatos de largo emprego industrial, minerado para a obtenção de fertilizantes e para a produção do ácido fosfórico, utilizado na indústria alimentar. O seu nome vem do grego apatan que significa “enganar”, isso porque seus prismas e pirâmides hexagonais se assemelham aos de outros minerais, particularmente do berilo. A apatita é amplamente disseminada, como no caso dos granitos e gnaisses, mas nesse tipo de rocha não ocorrem concentrações econômicas.

No Brasil as principais jazidas situam-se nas chaminés alcalinas, que são geradas por vulcanismos ocorridos no período Mesozoico como nos depósitos de Jacupiranga e Araçoiaba da Serra, em São Paulo; Catalão, em Goiás; Araxá, Tapira e Salitre em Minas Gerais; Anitápolis, em Santa Catarina: Morro dos Seis Lagos, no Amazonas, e vários outros. Porém, a maior parte da produção mundial provém de jazidas sedimentares geradas pela acumulação de organismos marinhos. As melhores peças de apatita, que são usadas para coleções, são encontradas em meios associados às rochas graníticas das províncias pegmatíticas, localizadas no sudeste do Brasil, mas princialmente em Minas Gerais e no Espírito Santo, e também na Borborema (Paraíba e Rio Grande do Norte).

A fluorapatita é bastante comum. Encontra-se, geralmente, nas cores verde acinzentado, verde pálido e verde azulado. As amostras mais famosas que provém das Lavras do Córrego Urucum são cristais discoides, róseos claros e perfeitamente incolores, que quando não analisados devidamente podem ser confundidos com as morganitas do grupo mineral do berilo. Essas gemas são valiosas e muito procuradas por colecionadores. Em Morro Velho, Nova Lima (Minas Gerais), são encontradas as amostras de apatitas rosa. Cristais de apatita azul são encontrados em Ipirá na Bahia, e apresentam-se ocasionalmente transparentes e quando lapidados, assemelham-se a cor da turmalina Paraíba. Do ponto de vista da gemologia, onde os minerais podem ser usados como gemas, o Brasil e o México são os fornecedores tradicionais de apatitas com qualidade para a lapidação. A apatita Brasileira é de uma profunda e intensa coloração azul, lembrando a tonalidade da safira, enquanto a do México é amarela, é um mineral não silicatado, ou seja, não está na classe de minerais mais importantes constituintes nas rochas e é mais abundante na crosta. E o minério de depósitos fosfáticos de extração para uso na Indústria alimentar e na agricultura.

Estas concentrações minerais podem ser de origem magmática (complexos alcalino carbonatíticos. Exemplos: Rússia, Uganda, Brasil e África do Sul), sedimentar (fosforitos marinhos. Exemplos: norte da África e EUA) ou de acumulação orgânica (Guano. Exemplos: norte e nordeste do Brasil. Estes materiais ao sofrer intemperismo podem enriquecer-se significativamente, formando depósitos de acumulação laterítica (próprio de climas quentes e úmidos) com exemplos no Brasil, África e Austrália Os dois primeiros tipos, ígneo e sedimentar, são os mais abundantes em termos globais. Segundo ALBUQUERQUE (1996), a maior parte do fosfato lavrado no mundo vem de fosforitos marinhos, enquanto no Brasil os complexos alcalino carbonatíticos são responsáveis pelos maiores depósitos, formando os fosfatos sedimentares com reservas pequenas e de difícil extração. Assim, quase a totalidade do concentrado fosfático para a indústria vem, no Brasil, de materiais de origem primária ígnea, ou seja, dos complexos alcalino carbonatíticos literatizados ou não. Os minerais fosfáticos primários destes complexos constituem normalmente estruturas apatíticas, geralmente consideradas fluorapatita. Contudo, ocorrem ainda outros fosfatos menos comuns, como a monazita e, em menor escala, rabdofânio, autunita, xenotímio e torbernita, encontrados, por exemplo, em carbonatitos brasileiros.

A Apatita pode ocupar grandes volumes nas rochas destes maciços e, ainda mais, nos perfis de alteração intempérica, onde ocorre acumulação relativa que forma minérios residuais. A acumulação absoluta também pode ocorrer, e acontece onde existem condições para precipitação de apatita supérgena, que sofre erosão, transporte e sedimentação, a partir das soluções de percolação. Um exemplo extremo deste enriquecimento no perfil de alteração é observado no maciço de Juquiá (SP), onde há extensos volumes de rocha carbonatítica literatizada. As características morfológicas, químicas e físicas da apatita determinam seu comportamento durante a concentração e o beneficiamento dos minérios apatíticos. A concentração de apatita nas usinas de beneficiamento é, usualmente, efetuada por flotação com uma associação de substâncias que tem propriedades coletoras e depressoras, e sua proporção é ajustada em função dos minerais de ganga e das características da apatita presente. Assim, quanto mais homogêneo um minério mais eficientes poderão ser estes processos. No entanto, na maioria dos maciços, a apatita apresenta-se sob diferentes hábitos. Estes, associados com variações composicionais que representam gerações formadas em diferentes etapas do desenvolvimento dos maciços, incluindo-se ai os ambientes magmáticos, pós-magmáticos, hidrotermais e supérgenos. Alguns maciços chegam a apresentar várias gerações distintas de apatita, que são associadas num mesmo volume micrométrico, resultando numa heterogeneidade de difícil controle no momento do beneficiamento.

Além da ocorrência de diferentes gerações de apatita, a modificação de tipos já formados pela superposição de novos ambientes pode aumentar a heterogeneidade, como o caso de alteração por dissolução incongruente, troca de íons ou por dissolução parcial durante o intemperismo de apatita não supérgena. Estas transformações modificam a densidade, o comportamento mecânico dos grãos apatíticos sua solubilidade, que causam consequências nos processos industriais de concentração e sou processamento da apatita.

A demonstração da variabilidade de composição da apatita, que é encontrada nos maciços carbonatíticos, aponta para a processos necessidade de um controle do tipo lógico e estreito nas minas de fosfato em que esta heterogeneidade já foi detectada, como é o caso da maioria dos depósitos brasileiros desta origem. Observações Importantes:

Tratamentos possíveis: nenhum tratamento comercial conhecido.

Possíveis confusões com: turmalina, topázio, andaluzita, danburita, barita e actinolita olho- de-gato.

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